Boicote de si mesmo. Tiro no peito, queima roupa quando se quer mesmo é viver de toda a intensidade. Não queria o gatilho, a bala, a arma, não queria nada que não o peito, pulsante, retumbante como se de fibra nova.
Não quero outra coisa, milhões de vezes gritadas, faladas, sussurradas as palavras em seus ouvidos, que não te valem. Não valem porque a vontade de falar delas impensadamente, insensatamente fez escape de novo. Porque do tiro? Porque do tiro? Fica o corpo, fica quem passa, fica quem ficou ao lado, a perguntar.
Se questiona daí o querer da vida que explodida em pedaços, mas como questionar tamanha explosão? Os mil atos, os olhos, têm de ser lembrados, agoniza. Mas como, se o corpo está ali?
Não acredito em ressurreição. O jeito será bater o coração a expelir qualquer fragmento de bala. Não acredito em ressurreição. Acredito na dor.