faça alguém feliz, saia de você o suficente para isso. se dê a chance de pagar o aluguel, voltar para casa do trânsito, terminar o relatório, abrir a lata de palmito, ouvir o fim da bateria naquela música que você queria escutar, tomar chuva de terno e gravata para uma reunião que vai mudar o mundo da contabilidade moderna, passar 15 dias em angra dos reis no maior vendaval da história da ilha, com nada mais para fazer do que jogar paciência, sem energia e cerveja. dê a chance de passar pelo inferno sem ficar queimado. aproveite cada lambida, do doce, do quiabo. sente em um quarto mofado de hotel, com vista para outro hotel mofado e aproveite, nem que seja o mofo. a verdade é que o caminho tem buraco, não há como tapá-lo nem desviar e provavelmente algum pneu vai estourar e você vai ficar 3 horas tentanto fazer aquele macaco enferrujado funcionar. não é caminho para a redenção, salvação, perdição. não faça disso auto-ajuda, nem qualquer tipo dela. só perceba. tenha a percepção do que se passa nos dedos. tenha a mesma percepção da gripe, a idéia que qualquer febril já teve de como é delicioso simplesmente não ter febre. o extasio de viver de quem descobre a morte próxima. não espere morrer para saber que cada dia, no trânsito, em angra com chuva, tua avó, as amigas e toda a excursão do clube da terceira idade de itaquaquecetuba, tem o delicioso do experimentar.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
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